domingo, 9 de junho de 2013

Discurso do Presidente Inauguração da Requalificação do Espaço Público do Castelo de Alandroal (08.06.2013)




Exmo. Sr. Presidente da Assembleia Municipal,
Exma. Sra. Directora Regional de Cultura do Alentejo,
Exmo. Sr. Sub-Director da Escola Superior de Música de Lisboa,
Srs. Vereadores, Srs. Presidentes de Junta e restantes autarcas,
Demais convidados,
Minhas senhoras e meus senhores,
Caras amigas, caros amigos,
  
No dia 20 de Maio de 2011, reunimo-nos aqui para anunciar uma intervenção de requalificação do espaço público e iluminação do castelo do Alandroal.
Prometemos e cumprimos. E hoje, dois anos depois, aqui estamos para marcar a conclusão dos trabalhos anunciados.
 Inauguramos hoje uma intervenção a todos os títulos exemplar.
No cumprimento de prazos, na execução dos fundos comunitários, no acompanhamento arqueológico e técnico dos diferentes intervenientes e na execução da empresa responsável pela obra.
Um exemplo de que é possível fazer bem, sem que as obras se arrastem no tempo e sem derrapagens financeiras que sobrecarreguem o município.
Um exemplo do que deve ser a articulação entre todos os intervenientes e em que o papel de coordenação da câmara municipal e dos seus técnicos e autarcas é fundamental.

Esta obra representa um passo importante – dos muitos que são necessários – para tornarmos o nosso património mais atractivo para quem aqui vive e para quem nos visita e, como tal, pretende ser um sério contributo para o desenvolvimento cultural e económico do Concelho.
Em territórios como o nosso, desenvolvimento cultural e económico têm que andar de mãos dadas e fazer parte da mesma estratégia e em última análise, é sempre no desenvolvimento económico que se deve centrar a nossa maior atenção porque dele tudo depende.
 Por isso quando me perguntam se num momento como o que estamos a viver – um momento de crise e dificuldades bem conhecidas de todos – é prioritário intervir no património como fizemos aqui e vamos continuar a fazer noutros projectos, eu respondo que sim.
Quando me perguntam se é prioritária a promoção da economia cultural do concelho, eu respondo que sim.
É prioritário construir museus como o Centro Interpretativo do Endóvelico cujo projecto vamos apresentar em Julho? Sim, é.
É prioritário produzir um documentário sobre o património cultural material e imaterial do concelho como o que vamos apresentar em Julho? Sim, é.
É prioritário editar um guia de roteiros e recursos turísticos do concelho como o que vamos lançar em Setembro? Sim, é.
É prioritário desenvolver uma marca turística forte que dê suporte a tudo isto na promoção do concelho como vamos apresentar muito em breve? Sim, é.
É prioritário quando ainda por cima todas e cada uma das acções que enumerei têm o suporte financeiro de fundos comunitários ou da Entidade Regional de Turismo do Alentejo? Sim, sem dúvida.

Valorização do património, museus, alojamentos, restauração, animação, imagem, promoção e articulação entre agentes locais e regionais. Enquanto faltar uma parte, falta tudo. Quando tivermos todas as partes, teremos um destino turístico. É por isso que a única opção é trabalhar em todas as frentes ao mesmo tempo e com a mesma determinação.
Mas promover turisticamente um território é, primeiro que tudo, fazer o que é necessário para que quem cá está se sinta bem, tenha meios de subsistência, tenha qualidade de vida, se identifique com o que é e com a cultura local que representa e que possa partilhar isso com quem nos visita.
Não estamos a fazer nada destinado aos turistas.
Tudo o que fazemos é destinado a quem cá vive, e é a experiência de cá viver que queremos partilhar com o visitante.
Portanto, por muitas que sejam as dificuldades, se desenvolvermos o Alandroal para as pessoas que cá vivem e que para cá querem vir viver, acabaremos por lhe dar o lugar de destaque que merece no contexto do turismo e da cultura do Alentejo e de Portugal, sem esquecer a ligação a Olivença e a Espanha.

Devolvemos hoje à população um espaço que é seu. Um espaço que se quer aberto e para continuar a ser atravessado pela “rua do castelo”. Um espaço que só vai estar fechado nas horas que convidam ao vandalismo (como infelizmente já aconteceu).
Mas deixem-me ser claro. Esta intervenção no castelo do Alandroal com a assinatura do arquitecto  Manuel Aires Mateus, que hoje inauguramos, é apenas o princípio.
Um bom princípio e uma primeira fase de um profundo processo de intervenção neste imóvel classificado como monumento nacional que consideramos fundamental que seja desenvolvido ao longo dos próximos anos para que, aí sim, possamos dizer que o castelo do Alandroal se transformou num verdadeiro coração da história e da cultura do Alandroal.
Para tal, estamos a delinear em conjunto com a Direcção Regional de Cultura do Alentejo um Plano Geral de Intervenção no Castelo, mas deixem que partilhe convosco o que já temos em mente neste momento.
Ainda neste Verão, vamos melhorar o acesso à Torre de Menagem e renovar a calçada junto à “porta dos paços” no âmbito da requalificação das instalações sanitárias públicas do Jardim das Meninas.
Também está prevista uma limpeza mais profunda, com acompanhamento arqueológico, na Praça d’ Armas.
Na única casa particular que ainda existia dentro do castelo – e que adquirimos há pouco tempo – pretendemos instalar o para já designado “Centro Interpretativo do Castelo”, onde terão lugar de destaque os achados resultantes da prospecção arqueológica realizada no âmbito desta obra.
Por seu lado, o espaço da Antiga Cadeia, no exterior da muralha, será dedicado à mostra e comercialização de artesanato de todo o concelho.
Está a ser estudada a melhor maneira de intervir no “caminho de ronda” e na consolidação de alguns troços de muralha mais ameaçados.
E tão cedo quanto a nossa condição económica o permitir, pretendemos adquirir a última parte deste castelo que ainda permanece privada para a requalificar e devolver ao espaço público e a todos vós.
Tudo isto requer tempo e dinheiro – que podemos ter mais, ou ter menos – mas requer, sobretudo, planeamento,  estratégia de actuação e determinação para a concretizar. E isso não nos falta!

Há dois anos, no lançamento da ideia desta intervenção,  Mário Laginha e os Aduf encheram com música e emoção uma noite mágica que vamos lembrar para sempre e que apresentámos como uma antecipação da atmosfera que pretendíamos imprimir a um festival de música de verão com o castelo como cenário.
Hoje, não esperamos menos da Orquestra Sinfónica da Escola Superior de Música de Lisboa, que temos a honra de ter connosco para mais um contributo para essa atmosfera que idealizámos em conjunto e que só as limitações orçamentais ainda não deixaram tornar realidade.
Permitam-me salientar que, no âmbito deste parceria entre a Câmara Municipal de Alandroal e a Escola Superior de Música de Lisboa,  estes músicos e esta orquestra actuam hoje no Alandroal sem cobrar qualquer “cachê” ou honorários. A câmara apenas teve que assegurar os meios logísticos para que possam estar aqui hoje. Por isso, antes de mais, o nosso muito obrigado.

Outras agradecimentos são devidos a pessoas e instituições que temos o prazer de ter aqui connosco no dia de hoje.
À Direcção Regional de Cultura, na pessoa da sua directora. Embora não estejamos sempre de acordo em tudo num primeiro momento – nem outra coisa seria expectável – como bons parceiros, temos sabido fazer nascer do diálogo e da saudável troca de ideias e de posições as soluções necessárias em tempo útil para que ganhe o património e ganhem as populações e espero que assim possamos continuar.
 Ao arquitecto Manuel Aires Mateus que ao tentar marcar o menos possível esta intervenção deixa a sua marca num trabalho que está a ser reconhecido por todos. Esperamos poder continuar a contar com a sua preciosa colaboração nas fases subsequentes e posso adiantar que já dirigi o convite para desenhar o futuro centro interpretativo.
À Dra. Conceição Roque que coordenou de forma exemplar, profissional e a título voluntário todos os trabalhos de arqueologia desta obra.
À Construtora Vila Franca pela aptidão, cuidado e sensibilidade que demonstrou para este tipo de obras e que temos todo o gosto em reconhecer.
Aos técnicos da autarquia que acompanharam o desenvolvimento desta obra e aos funcionários que colaboraram e estão a colaborar no dia de hoje.
E a todos vós, que são a alma deste Alandroal, espero que dentro deste castelo se sintam sempre em casa!
Muito obrigado a todos.

1 comentário:

Ana Paula Fitas disse...

Quando as palavras reflectem a autenticidade da intenção e do sentir, tornam-se belas... é assim que, da beleza se ergue, com mais firmeza, da obra por fazer, a obra feita.
Bem-haja!
... pelo Alandroal que merece e faz justiça a tal visão, a tal projeto e a tal saber!
Um grande abraço.