1.Um ano após as mais recentes autárquicas, qual o balanço que pode fazer da sua gestão? Qual a relação com as diferentes forças politicas do concelho?
Apesar de todas as dificuldades, o balanço que faço é muito positivo. Interrompemos um ciclo de gestão caótico e de total desnorte que conduziu o município à beira da falência financeira. Ao longo deste ano foi preciso resolver o que vinha sendo adiado mas, acima de tudo perspectivar e preparar o futuro para tempos cada vez mais difíceis. O meu executivo é constituído por um vereador de uma força política diferente do movimento independente que encabeço. Passado praticamente um ano faço um balanço positivo deste trabalho conjunto e dedicado ao concelho que nos une.
2. Como interpreta os sinais que os munícipes do seu concelho deram quando chamados a votar em 11 Outubro de 2009?
Os munícipes mostraram um cartão vermelho a uma politica despesista, alheada da realidade local, de costas viradas para os agentes locais e as suas dinâmicas e sem preocupação com a sustentabilidade futura do concelho.
Disseram que não queriam viver mais de ilusões e decidiram apostar num projecto que assenta num trabalho sério, consistente e continuado para retirar o município da situação financeira difícil em que se encontra ao mesmo tempo que procura construir um futuro viável para os seus jovens viverem e trabalharem, mas também, onde os menos jovens possam ter o seu lugar, contribuindo para o equilíbrio necessário num concelho que procuramos que seja atractivo para todos.
3.Qual a relação com as restantes Câmaras da Zona dos Mármores? A eventual criação da Associação de Municípios da Zona dos Mármores receberia a sua aprovação? Porquê?
Existe uma boa relação com as restantes câmaras da Zona dos Mármores e da parte do Município do Alandroal, enquanto eu o representar, haverá sempre total abertura e disponibilidade para o desenvolvimento de projectos comuns. A Associação de Municípios, enquanto forma de potenciar a colaboração, aproveitar sinergias e aumentar a nossa massa critica e capacidade de afirmação na região, merece a minha clara aprovação.
4.Os cortes orçamentais que o governo impôs ao poder local, em que medida se reflectem no dia a dia do seu concelho?
Os cortes orçamentais impostos vão reflectir-se de forma dramática na actividade do município. Para além dos cortes aplicados a todas as autarquias por força do PEC, o município do Alandroal vai sofrer ainda um corte no valor de cerca de 500 mil euros por ter ultrapassado os limites de endividamento líquido em mais de 2 milhões de euros em 2008. Neste mês de Outubro o município já recebeu menos 60 mil euros e o mesmo vai acontecer ao longo dos próximos 10 meses. Numa situação de profundo endividamento com todos os recursos mais do que comprometidos para fazer face a todas as nossas obrigações, as dificuldades vão ser maiores.
5.A isenção de derrama, e a redução de IRS são “bandeiras” utilizadas por diferentes municípios invocando o apoio ao desenvolvimento económico, porém os resultados práticos, quanto à sua exequibilidade, deixam algumas dúvidas.
São de facto medidas com um reduzido impacto no apoio ao desenvolvimento mas que são perfeitamente legitimas num cenário económico favorável. Contudo, no cenário que acabo de descrever, representam receitas das quais a autarquia não pode, para já, abdicar uma vez que poderiam colocar em causa toda a actividade municipal. Procuraremos trabalhar no sentido de, a seu tempo, ser possível implementar algumas destas medidas no concelho ao mesmo tempo que procuramos incentivar a actividade económica através de outras medidas e incentivos sem este reflexo directo nas receitas do Município.
6.Quais os projectos mais relevantes que estão reservados para o seu concelho, e em que medida são essenciais para a melhoria da qualidade de vida dos seus munícipes?
Todos sabemos que não se deve começar uma casa pelo telhado. No concelho do Alandroal continua a haver bolsas de população sem acesso a água e saneamento básico. Em alguns locais, por força da antiguidade das redes, o serviço deixa muito a desejar. Um dos principais investimentos da autarquia neste mandato vai incidir na criação, renovação e reforço das redes de água e saneamento.
Apostamos também, claramente, na modernização e descentralização dos serviços da Autarquia, uma vez que no que diz respeito à resposta rápida e eficiente às necessidades dos nossos munícipes temos ainda um longo caminho a percorrer.
Queremos que este mandato marque também o arranque de uma verdadeira estratégia de desenvolvimento turístico do concelho. Esta estratégia passa pela criação de uma imagem forte e inconfundível que nos projecte fora do concelho, ao mesmo tempo que projectos próprios de intervenção no património, parcerias público-privadas, de que é exemplo a requalificação da fortaleza de Juromenha, e o apoio a projectos turísticos privados dão corpo, no seu conjunto, à estratégia referida.
7.Qual o futuro que está reservado para a Zona dos Mármores?
Na industria, a Zona dos Mármores tem tudo para sair da crise que atravessa com um novo fôlego se souber ir além da extracção de matéria-prima e apostar no valor acrescentado da transformação, de mãos dadas com a qualidade, a inovação e a tecnologia. Entendo ainda que a identidade histórica e cultural que identifica este território encerra um grande potencial de atractividade turística que deve ser explorado e é aqui que projectos como a “Rota dos Mármores” em fase de implementação, podem dar um contributo decisivo.
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