Considera-se um político de carreira? Pensa continuar mesmo que não venha a ser o próximo Presidente da Câmara prosseguindo a vida politica? Isto é, aceitaria desempenhar o cargo de Vereador mesmo se não vier a vencer as eleições?
Nunca me poderia considerar um
político de carreira porque fiz o meu percurso e a minha carreira no ensino e
num determinado momento senti que podia fazer uma pausa nessa carreira e
dedicar-me ao meu concelho. É isso que tenho estado a fazer e só nesta
perspectiva é que encaro a vida política. Só esta perspectiva é que me permite
que esteja de corpo e alma num projecto mas sempre pronto para voltar a essa
carreira se for necessário, sem me sentir refém de nada nem de ninguém. Penso
que já demonstrei que não estou agarrado a lugares nem a tentar fazer carreira.
O que me move são as convicções e é por elas que pretendo continuar enquanto
sentir que faz sentido. Em politica, como na vida, tão importante como escolher
o momento para entrar é saber escolher o momento para sair. Espero vir a ter a
sabedoria necessária para um dia não deixar passar esse momento.
O MUDA tem um projecto de
desenvolvimento para o concelho que está longe de se esgotar nestes quatro
difíceis anos que agora terminam. Pelo contrário, é nos próximos 4 a 8 anos que
esperamos que todos, no concelho,
possamos colher os frutos deste trabalho. Como tal, não nos passa pela
cabeça que este ciclo fundamental para o futuro do concelho seja interrompido
antes do tempo. Mas isso o povo é que vai decidir, soberanamente, através do
voto. Qualquer pessoa que se apresenta a eleições tem que ter a humildade para
ocupar o lugar que os eleitores lhe reservarem. É uma das mais elementares
regras democráticas e de respeito pelos eleitores.
Acredita que consegue até ao fim do Mandato colocar o Município a salvo
do garrote das dívidas contraídas e que, enquanto Presidente, poderá
concretizar as medidas preconizadas na Agenda 21 Local?
Como já disse, os passos
necessários para isso já estão dados. Com a aprovação pela Assembleia Municipal
do Plano de Reequilíbrio do Município é só já uma questão de tempo até que o
mesmo seja uma realidade. Esse plano representa dificuldades e constrangimentos, uma vez que ao longo de 20
anos vamos ter que amortizar mais de um milhão de euros de dívida por ano –
dinheiro que devia ser usado para o desenvolvimento do concelho nos próximos
mandatos – mas, apesar de tudo, este plano assegura uma margem de investimentos
que nos permite acreditar na implementação da Agenda 21 Local. É nesse
equilíbrio difícil entre pagar dívidas e fazer investimentos que temos que
construir o nosso futuro. Sendo certo que o “tempo das vacas gordas” passou e
hoje vivemos uma realidade completamente diferente no país e no mundo. No
Alandroal, em particular, as vacas nem sequer eram gordas, estavam inchadas de
endividamento para bem parecer. Nem somos tão pobres como nos pintaram no
passado nem tão ricos como recentemente nos quiseram fazer parecer. Somos um
concelho onde é preciso arregaçar as mangas, falar menos e trabalhar mais!
II.
Trace-nos um brevíssimo diagnóstico para o Concelho do Alandroal em
termos de presente? Acha que temos um futuro prometedor?
Se não acreditasse num futuro
prometedor para o concelho não andava aqui.
Temos futuro porque somos um
concelho que pela riqueza natural e patrimonial, pela história e cultura, pelas
acessibilidades e proximidade com Espanha, por estar simultaneamente na Zona
dos Mármores e em Alqueva tem um potencial de desenvolvimento acima da média
dos concelhos vizinhos e dos concelhos do interior no geral, mas não há
milagres. Só com muito trabalho ao longo do tempo se pode concretizar essa
realidade. Acredito nessa realidade e nestes quase quatro anos fiz tudo para
criar os “alicerces” que nos aproximam dela. Gostava de continuar a dar o meu
contributo para o crescimento das “paredes” deste edifício nos próximos anos e
um dia ver concretizado o mais que merecido “telhado” para os nossos filhos e
netos. Porque acredito neste edifício chamado “Concelho do Alandroal”.
O que sempre faltou ao concelho
foi trabalho sério e estratégia de longo prazo.
Sempre ouvi dizer que “temos a
vantagem de estar perto de Espanha”, mas nunca vi ninguém fazer nada para tirar
partido disso. Agora, pelo contrário,
estamos a trabalhar a sério com Olivença e queremos chegar a Badajoz,
Cáceres e Mérida. Nunca antes tinha havido, do ponto de vista político, o mais
pequeno esforço de aproximação. Houve geminações com Cuba, Cabo Verde, Brasil
que a única coisa que deixaram foi grandes contas para pagar e nunca se olhou
para o lado, onde os benefícios para as populações podem ser simples e
imediatos.
Sempre ouvi dizer que “o
Endovélico é único no mundo e só nosso” mas nunca vi ninguém fazer nada para o promover
ou criar um museu. Agora, pelo contrário, criámos o “Terras do Endovélico”,
estamos a projectar o museu, criámos o centro de estudos, estamos a apoiar
publicações, escavações, etc.
Sempre ouvi dizer que “temos um
grande tradição no peixe do rio e
o nosso concelho é conhecido por isso”, mas nunca vi ninguém fazer nada para
promover essa tradição e com isso trazer visitantes. Agora, pelo contrário,
criámos a “Mostra Gastronómica” e já se pode comer peixe do rio em todos os
restaurantes do concelho (antes da mostra havia um único a servir peixe) e a
procura de peixe já permite a existência de pescadores profissionais.
Sempre ouvi dizer que “os nossos
monumentos, os nossos castelos, são a nossa maior riqueza”, mas muito pouco se
fez para os recuperar e tornar atraentes para os visitantes. Vendeu-se gato por
lebre até à exaustão com “o concelho dos três castelos” que depois eram três
ruínas que causavam – e ainda causam –grande desilusão aos turistas. Agora,
pelo contrário, temos um plano contínuo de intervenções no património que já
começou no castelo do Alandroal, vai estender-se à fonte da praça e à Capela da
Boanova, ao castelo de Terena e à Misericórdia de Terena, Rocha da Mina, o
Posto da Guarda Fiscal de Montejuntos, para mencionar os que já tem trabalho em
desenvolvimento.
Sempre ouvi dizer que “o nosso
concelho tem um grande potencial turístico, agrícola e agro-industrial” mas
nunca vi a câmara fazer nada de concreto para ajudar os empresários a construir
essa realidade. Agora, pelo contrário, ajudámos a criar uma associação
empresarial, temos em desenvolvimento investimentos comuns com a Associação de
Beneficiários do Lucefecit, estamos a estabelecer pontes com Espanha e com
outros países da Europa, e tudo sem sair de cá! É verdade que é o momento mais
difícil para este trabalho, mas por isso mesmo é que não podemos perder mais
tempo.
E podia continuar com o “sempre
ouvi dizer” e “nunca vi fazer”. Porquê? Ajudem-me a responder os que puderem,
mas a verdade é que estava tudo aí, à espera de ser feito.
É claro que os resultados de uma
estratégia deste tipo demoram a aparecer. Não dão votos no imediato. É um risco
para quem governa mas é o que o concelho precisa. E sempre se apostou em
estratégias mais “seguras” de curto prazo. Mas imagine onde estaríamos hoje se
todas estas estratégias de desenvolvimento tivessem sido começadas há 30, 20 ou
mesmo 10 anos atrás!
Mais vale tarde que nunca –
teremos que dizer – mas está aqui grande parte da explicação para o nosso
atraso histórico em relação aos concelhos vizinhos.
Em que situação estão as obras da Biblioteca Municipal? E já agora que
utilidade se pretende dar ao Parque onde se fizeram as Expo-Guadiana?
A obra da biblioteca municipal
começou em 3 de Junho de 2005 e tinha um prazo de execução de um ano. Tinha um
custo total de cerca de 1,5 milhões de euros. Financiada a 50% pelo Terceiro
Quadro Comunitário de Apoio (QCAIII) e 45% pelo Instituto Português do Livro e
das Bibliotecas (IPLB), à câmara correspondia apenas 5%, ou seja 75 mil euros.
Os projectos do QCAIII tinham que
ser executados até à data final de encerramento do quadro comunitário, Junho de
2009, o que não se veio a verificar.
Portanto, hoje, a situação é a
seguinte: precisamos ainda de mais de 500 mil euros para concluir a obra e
estamos a ser pressionados pela CCDR para devolver mais de 360 mil euros de
financiamento recebido. Ou seja, uma obra que teria custado à câmara 75 mil
euros se tivesse sido concluída no prazo previsto (ou mesmo em quatro vezes o
prazo previsto!) exige, hoje, para ser concluída quase um milhão de euros dos
escassos recursos da câmara. É esta a dimensão do problema.
Quanto ao chamado “parque de
feiras e exposições” é de longe o local onde, ao longo do tempo, das mais
diversas formas, mais dinheiro “se enterrou”.
É impossível calcular com
exactidão tudo o que ali se gastou: custo do terreno, sucessivas terraplanagens
e instalação de equipamentos eléctricos (cada vez que havia uma feira), aluguer
de tendas e outros equipamentos, construção de vedações (foram feitas pelo
menos duas, a última em 2009), etc. Foram milhões que não se traduziram em
nada.
Para além disso, o projecto de um
“mega-pavilhão de eventos” no parque de feiras estava totalmente desajustado da
nossa realidade como se tem provado em concelhos vizinhos. O actual quadro
comunitário já não estava orientado para financiar projectos deste tipo e o que
se conhece do próximo, ainda menos.
Hoje temos em desenvolvimento um
estudo prévio que oportunamente será apresentado à população para discussão e
que prevê uma total inversão da filosofia do espaço numa lógica de “parque
verde” com espaço para a praça de touros e um picadeiro com escola de equitação
(numa lógica de concessão privada), jardins, circuito de manutenção,
“skate-park”, hortas comunitárias, etc.
Pode adiantar-nos algo
mais sobre o andamento das Comemorações dos Forais?
Este era outro assunto que estava
totalmente esquecido e que não podemos deixar de assinalar com a devida
dignidade pela sua importância histórica e pela circunstância de termos três
forais num único concelho. As Comemorações dos 500 Anos dos Forais Manuelinos
de Juromenha, Terena e Alandroal estão a decorrer de Outubro de 2012 a Janeiro
de 2016 com os principais eventos agendados para o período de Outubro de 2014 a
Outubro de 2015. Já está constituída uma comissão “ad hoc” para orientar
científica e culturalmente os trabalhos, estão estabelecidos os contactos com o
Arquivo Nacional da Torre do Tombo para o restauro dos exemplares do município
e contamos apresentar o programa das comemorações muito em breve em data e
local a designar. As comemorações envolvem o restauro dos originais, uma edição
“fac simile” conjunta dos 3 forais
e podem ainda envolver recriações históricas, conferências, exposições e outros
momentos distribuídos pelas três localidades do concelho.
Esclareça-nos sobre o projecto “Endovelico”? As pessoas continuam envolvidas?
O projecto “Endovélico” é e
continuará a ser uma das nossas grandes prioridades. Como traço cultural, é um
dos nossos principais factores de diferenciação e de afirmação mas a verdade é
que, mesmo dentro do concelho, ainda muitas pessoas desconhecem a real
importância que este deus e o seu culto teve no contexto da Lusitânia romana.
Neste mandato desenvolvemos o
estudo prévio do centro interpretativo/museu em colaboração com o Museu
Nacional de Arqueologia e contamos apresentar o projecto definitivo em Julho
próximo. Será um espaço onde o espólio do Endovélico terá um lugar central mas
muito interactivo, capaz de mostrar às crianças e jovens das escolas o que era
a vida romana no nosso território há 2000 anos atrás. Será também um verdadeiro
museu do concelho com uma forte componente etnográfica e da relação com a
fronteira. Contamos que seja um espaço capaz de atrair de forma contínua um número
significativo de visitantes com destaque para estudantes de todo o país mas
também de Espanha.
Lançámos o Festival “Terras do
Endovélico”, que terá este ano a sua terceira edição, num formato que conjuga a
promoção cultural com a feira de actividades económicas, num modelo muito
sustentável mas que procura ser o ponto alto da afirmação do território.
Criámos o “Centro de Estudos do
Endovélico” que está a juntar os especialistas na orientação científica do
projecto do museu, mas também a criar outras dinâmicas, com destaque para o
programa educativo que vai levar a arqueologia até às escolas e a todas as
crianças do concelho.
Estamos a desenvolver um
documentário sobre as “Terras do Endóvelico” (para apresentar em Julho),
financiado por fundos comunitários, e que será um importante cartão de visita
do concelho.
Fruto do trabalho do centro,
teremos, também em Julho um congresso científico que vai juntar todos os
investigadores nacionais e internacionais da temática. As comunicações deste
congresso darão corpo à primeira edição dos “Cadernos do Endovélico” que ao
longo do tempo continuarão a nova produção científica e a enriquecer o centro
de estudo.
Para nós o mais importante é que
as crianças e as pessoas do concelho conheçam e valorizem este legado histórico
e cultural. Só assim poderemos aumentar a nossa auto-estima em relação ao
concelho e à sua riqueza cultural e transmitir aos visitantes.
Como parte desta estratégia posso
adiantar que, antecedendo o congresso de Julho, a câmara vai organizar um
conjunto de visitas guiadas de pequenos grupos ao Museu Nacional de Arqueologia
para que conheçam a real importância deste legado no contexto da Arqueologia
nacional.
Uma das acusações de que é alvo, é a da fraca oferta cultural
apresentada no Fórum Cultural (principalmente o pouco aproveitamento do
projecto TEIAS) e do modo como o responsável da programação foi demitido.
Concorda com essas criticas? Pode justificar-nos os motivos da sua posição?
Não concordo em absoluto com o
“pouco aproveitamento do programa TEIAS” porque a câmara não só vai esgotar os
espectáculos que lhe estavam reservados como ainda vai aproveitar algum do
financiamento que estava reservado para outras câmaras, que não foi por estas
utilizado, para contratar novos espectáculos. Considero até particularmente
interessante o modo como estamos a utilizar o serviço educativo do programa
para dar apoio às actividades da biblioteca municipal que graças a isso e ao
restante trabalho está a desenvolver uma actividade digna de nota.
Quanto à suposta “fraca oferta
cultural” – questão que, em boa verdade, ainda não me foi colocada por nenhum
munícipe directamente – provavelmente, estão em causa diferentes conceitos de
cultura e de disponibilidades.
Para nós a “forte” oferta
cultural não significa um conjunto sucessivo de actuações de “nomes sonantes”
no Fórum Cultural a um preço que o município não poderia pagar em
circunstâncias normais, quanto mais em situação de grandes dificuldades
financeiras e para um público muito restrito.
O que tínhamos era um grande
consumo de recursos para chegar às poucas dezenas de pessoas que frequentavam o
“Café-Concerto” ou que assistiam aos espectáculos do auditório.
Para nós a prioridade é e será
sempre promover uma cultura que chegue às pessoas e de que as pessoas façam parte.
Por isso canalizamos os poucos recursos que temos prioritariamente para esse
fim.
Estamos a apoiar de forma mais
consistente os projectos culturais existentes no concelho, como a Banda da
Escola de Música do Centro Cultural do Alandroal que já conta com uma banda
juvenil recentemente criada.
Apoiámos os Cantadores dos Reis
com a edição do CD.
Estamos a financiar novos
projectos como o grupo de música tradicional “Trigueirão do Relheiro” de
Hortinhas e, da mesma forma, vamos apoiar a criação de um rancho folclórico.
Nada disto existia.
Estamos a proporcionar às
crianças aulas de guitarra através da Escola Popular e iniciámos este ano um
projecto de música para todas as crianças do ensino pré-escolar e de terapia da
fala para o 1º Ciclo. Nada disto existia.
A Escola Popular tem quase 700
alunos, mais de 10% da população, em grande parte idosos, distribuídos por todo
o concelho que beneficiam de aulas de teatro, danças de salão, yoga, ginástica,
inglês, história, informática. Nada disto existia.
E não nos podemos esquecer que
todo o trabalho na temáticas do Endovélico, dos forais manuelinos, das memórias
paroquiais, da antologia de poetas populares e de outras publicações que temos em preparação correspondem
a investimentos na área cultural, onde muito pouco se estava a fazer antes.
Penso que não se pode pedir mais
oferta cultural ou outra oferta cultural, num momento em que a grave crise que
estamos a viver obriga a câmara a um esforço muito maior para canalizar grande
parte dos recursos financeiros para apoio directo às famílias em termos de acção social e educação.
Quanto ao antigo programador
cultural, tenho por ele o maior respeito como artista e como profissional e
sempre que se justifique, como aconteceu com o CD dos cantadores dos reis,
trabalharemos com ele. Mas para o trabalho que estamos a desenvolver e para as
prioridades que estão definidas temos no quadro da câmara pessoas com a
capacidade e competência necessárias, como se tem demonstrado, pelo que merecem
a minha total confiança.
Também ultimamente não cessam as críticas à forma como tem gerido os
contratos por ajuste directo quer com pessoal contratado quer com certas obras
a realizar. Poderá esclarecer os nossos leitores sobre o assunto?
Não sei que criticas são essas já
que não chegaram às sessões de câmara ou à assembleia municipal, lugares
próprios para aparecerem e serem discutidas. No nosso concelho faz-se muita
“politica de café” ou do boato e do anonimato e pouca politica séria e frontal
nos locais próprios. Não contem connosco para alimentar esses caminhos.
Posso dizer que os contratos de
ajuste directo que hoje se fazem na câmara são feitos com absoluta
transparência, num escrupuloso cumprimento da legislação em vigor e para fazer
face a necessidades reais e concretas para que a câmara desenvolva a sua
actividade e concretize da melhor maneira as prioridades para que este
executivo foi eleito com enorme respeito pelos escassos recursos públicos que
temos ao nosso dispor.
Vários desses contratos já vêm do
mandato anterior e mantiveram-se por serem necessários. Outros resultam de
termos um quadro de pessoal desajustado das reais necessidades e que não pode
ser ajustado por estarmos impedidos de abrir concursos por força do excesso de
endividamento. Por exemplo, A câmara não tem nos seus quadros um único
arquitecto, um engenheiro civil ou um técnico superior da área de informática.
Se eles existissem não teríamos que recorrer a serviços externos.
Os restantes são para projectos
concretos, quer seja para projectos técnicos de obras (muitos nas áreas de
remodelação e alargamento das redes de água e saneamento do concelho,
requalificação de caminhos e recuperação do património), quer seja para
concretização de projectos com financiamento comunitário, como foi o caso do
sistema de cinema 3D, o barco para os bombeiros, a Agenda 21 Local, etc.
Hoje fala-se mais de ajustes
directos porque a legislação mudou muito e obriga a que todas as despesas
superiores a 5 mil euros tenham por base as regras da contratação pública e
sejam publicitadas. Até 2009 não era assim. Hoje – e ainda bem que é assim!
– todos os ajustes são publicados
numa base de acesso público. Mas se querem falar sobre ajustes directos convido
a consultar o que está publicado na base para 2009, até ao final de Outubro, só
em relação à ultima Expo-Guadiana e Festas de Setembro.
Hoje só temos um objectivo: pôr a
câmara a funcionar e as respostas serem as exigidas pelos munícipes! Duma coisa
podem ter a certeza, hoje os contratos de avença são com pessoas ou empresas
que realmente fazem trabalho para o município, que na maior parte dos casos
vivem ou estão ligados ao concelho, que assim ajudam famílias a não ter que
deixar o concelho num momento de crise muito grande. Hoje não há, como já houve
no passado, avenças milionárias na
câmara para pessoas que nem cá punham os pés!
Foi bem aceite por todos o patrocínio da Autarquia para a realização do
CD dos Cantadores dos Reis. Pensa a Autarquia seguir procedimento idêntico com
outros agrupamentos culturais principalmente com a Banda do Centro Cultural?
Como já disse, a nossa prioridade
é para o apoio aos agentes culturais locais. O CD dos Cantadores dos Reis foi
uma proposta do grupo para assinalar o seu 23º aniversário com a qual
concordámos desde o primeiro momento. É claro que a câmara trata todos os
agentes culturais do concelho com o mesmo respeito e estamos disponíveis para
apoiar todas as propostas que façam sentido. Posso adiantar que a edição de um
CD da Banda já está a ser equacionada e espero que o grupo de cantares
tradicionais “Trigueirão no Relheiro” tenha em breve a qualidade e a projecção
que justifique uma edição semelhante.
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