Exmo. Sr. Presidente da Assembleia Municipal,
Exma. Sra. Directora Regional de Cultura do
Alentejo,
Exmo. Sr. Sub-Director da Escola Superior de Música
de Lisboa,
Srs. Vereadores, Srs. Presidentes de Junta e
restantes autarcas,
Demais convidados,
Minhas senhoras e meus senhores,
Caras amigas, caros amigos,
No dia 20 de Maio de 2011, reunimo-nos aqui para
anunciar uma intervenção de requalificação do espaço público e iluminação do
castelo do Alandroal.
Prometemos e cumprimos. E hoje, dois anos depois,
aqui estamos para marcar a conclusão dos trabalhos anunciados.
No cumprimento de prazos, na execução dos fundos
comunitários, no acompanhamento arqueológico e técnico dos diferentes
intervenientes e na execução da empresa responsável pela obra.
Um exemplo de que é possível fazer bem, sem que as
obras se arrastem no tempo e sem derrapagens financeiras que sobrecarreguem o
município.
Um exemplo do que deve ser a articulação entre todos
os intervenientes e em que o papel de coordenação da câmara municipal e dos
seus técnicos e autarcas é fundamental.
Esta obra representa um passo importante – dos
muitos que são necessários – para tornarmos o nosso património mais atractivo para
quem aqui vive e para quem nos visita e, como tal, pretende ser um sério
contributo para o desenvolvimento cultural e económico do Concelho.
Em territórios como o nosso, desenvolvimento
cultural e económico têm que andar de mãos dadas e fazer parte da mesma
estratégia e em última análise, é sempre no desenvolvimento económico que se
deve centrar a nossa maior atenção porque dele tudo depende.
Quando me perguntam se é prioritária a promoção da
economia cultural do concelho, eu respondo que sim.
É prioritário construir museus como o Centro
Interpretativo do Endóvelico cujo projecto vamos apresentar em Julho? Sim, é.
É prioritário produzir um documentário sobre o
património cultural material e imaterial do concelho como o que vamos
apresentar em Julho? Sim, é.
É prioritário editar um guia de roteiros e recursos
turísticos do concelho como o que vamos lançar em Setembro? Sim, é.
É prioritário desenvolver uma marca turística forte
que dê suporte a tudo isto na promoção do concelho como vamos apresentar muito
em breve? Sim, é.
É prioritário quando ainda por cima todas e cada uma
das acções que enumerei têm o suporte financeiro de fundos comunitários ou da
Entidade Regional de Turismo do Alentejo? Sim, sem dúvida.
Valorização do património, museus, alojamentos,
restauração, animação, imagem, promoção e articulação entre agentes locais e
regionais. Enquanto faltar uma parte, falta tudo. Quando tivermos todas as
partes, teremos um destino turístico. É por isso que a única opção é trabalhar
em todas as frentes ao mesmo tempo e com a mesma determinação.
Mas promover turisticamente um território é,
primeiro que tudo, fazer o que é necessário para que quem cá está se sinta bem,
tenha meios de subsistência, tenha qualidade de vida, se identifique com o que
é e com a cultura local que representa e que possa partilhar isso com quem nos
visita.
Não estamos a fazer nada destinado aos turistas.
Tudo o que fazemos é destinado a quem cá vive, e é a
experiência de cá viver que queremos partilhar com o visitante.
Portanto, por muitas que sejam as dificuldades, se
desenvolvermos o Alandroal para as pessoas que cá vivem e que para cá querem
vir viver, acabaremos por lhe dar o lugar de destaque que merece no contexto do
turismo e da cultura do Alentejo e de Portugal, sem esquecer a ligação a
Olivença e a Espanha.
Devolvemos hoje à população um espaço que é seu. Um
espaço que se quer aberto e para continuar a ser atravessado pela “rua do
castelo”. Um espaço que só vai estar fechado nas horas que convidam ao
vandalismo (como infelizmente já aconteceu).
Mas deixem-me ser claro. Esta intervenção no castelo
do Alandroal com a assinatura do arquitecto Manuel Aires Mateus, que hoje inauguramos, é apenas o
princípio.
Um bom princípio e uma primeira fase de um profundo
processo de intervenção neste imóvel classificado como monumento nacional que
consideramos fundamental que seja desenvolvido ao longo dos próximos anos para
que, aí sim, possamos dizer que o castelo do Alandroal se transformou num
verdadeiro coração da história e da cultura do Alandroal.
Para tal, estamos a delinear em conjunto com a
Direcção Regional de Cultura do Alentejo um Plano Geral de Intervenção no
Castelo, mas deixem que partilhe convosco o que já temos em mente neste
momento.
Ainda neste Verão, vamos melhorar o acesso à Torre
de Menagem e renovar a calçada junto à “porta dos paços” no âmbito da
requalificação das instalações sanitárias públicas do Jardim das Meninas.
Também está prevista uma limpeza mais profunda, com
acompanhamento arqueológico, na Praça d’ Armas.
Na única casa particular que ainda existia dentro do
castelo – e que adquirimos há pouco tempo – pretendemos instalar o para já
designado “Centro Interpretativo do Castelo”, onde terão lugar de destaque os
achados resultantes da prospecção arqueológica realizada no âmbito desta obra.
Por seu lado, o espaço da Antiga Cadeia, no exterior
da muralha, será dedicado à mostra e comercialização de artesanato de todo o
concelho.
Está a ser estudada a melhor maneira de intervir no
“caminho de ronda” e na consolidação de alguns troços de muralha mais
ameaçados.
E tão cedo quanto a nossa condição económica o
permitir, pretendemos adquirir a última parte deste castelo que ainda permanece
privada para a requalificar e devolver ao espaço público e a todos vós.
Tudo isto requer tempo e dinheiro – que podemos ter
mais, ou ter menos – mas requer, sobretudo, planeamento, estratégia de actuação e determinação
para a concretizar. E isso não nos falta!
Há dois anos, no lançamento da ideia desta
intervenção, Mário Laginha e os
Aduf encheram com música e emoção uma noite mágica que vamos lembrar para
sempre e que apresentámos como uma antecipação da atmosfera que pretendíamos
imprimir a um festival de música de verão com o castelo como cenário.
Hoje, não esperamos menos da Orquestra Sinfónica da
Escola Superior de Música de Lisboa, que temos a honra de ter connosco para
mais um contributo para essa atmosfera que idealizámos em conjunto e que só as
limitações orçamentais ainda não deixaram tornar realidade.
Permitam-me salientar que, no âmbito deste parceria
entre a Câmara Municipal de Alandroal e a Escola Superior de Música de
Lisboa, estes músicos e esta
orquestra actuam hoje no Alandroal sem cobrar qualquer “cachê” ou honorários. A
câmara apenas teve que assegurar os meios logísticos para que possam estar aqui
hoje. Por isso, antes de mais, o nosso muito obrigado.
Outras
agradecimentos são devidos a pessoas e instituições que temos o prazer de ter
aqui connosco no dia de hoje.
À Direcção Regional de Cultura, na pessoa da sua
directora. Embora não estejamos sempre de acordo em tudo num primeiro momento –
nem outra coisa seria expectável – como bons parceiros, temos sabido fazer
nascer do diálogo e da saudável troca de ideias e de posições as soluções
necessárias em tempo útil para que ganhe o património e ganhem as populações e
espero que assim possamos continuar.
À Dra. Conceição Roque que coordenou de forma
exemplar, profissional e a título voluntário todos os trabalhos de arqueologia
desta obra.
À Construtora Vila Franca pela aptidão, cuidado e
sensibilidade que demonstrou para este tipo de obras e que temos todo o gosto
em reconhecer.
Aos técnicos da autarquia que acompanharam o
desenvolvimento desta obra e aos funcionários que colaboraram e estão a
colaborar no dia de hoje.
E a
todos vós, que são a alma deste Alandroal, espero que dentro deste castelo se
sintam sempre em casa!
Muito
obrigado a todos.
1 comentário:
Quando as palavras reflectem a autenticidade da intenção e do sentir, tornam-se belas... é assim que, da beleza se ergue, com mais firmeza, da obra por fazer, a obra feita.
Bem-haja!
... pelo Alandroal que merece e faz justiça a tal visão, a tal projeto e a tal saber!
Um grande abraço.
Enviar um comentário