Exmo. Sr. Presidente da Direcção da APIT, Sr.
Poeiras,
Exmo. Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Terena
– S. Pedro, Sr. Manuel Ramalho,
Senhores vereadores e demais autarcas,
Funcionários e utentes do lar,
Demais convidados,
Minha senhoras e meus senhores,
É hoje inaugurada oficialmente uma obra muito
ambicionada por esta freguesia e para a qual, ao longo do tempo, muitas pessoas
contribuíram.
Estão, portanto, de parabéns todos aqueles que deram
o seu contributo para esta realização.
Está de parabéns a população que assim ganhou um
equipamento que pode servir melhor os seus idosos.
A Câmara Municipal, que aqui represento, como é seu
dever e obrigação pelas responsabilidades que detém na área social, foi sempre
um parceiro deste projecto.
No meu mandato, dando cumprimento a um compromisso
assumido pela câmara, foram transferidos para a APIT – durante o decorrer da
obra – 130.802,58 €, correspondentes a cerca de 90% do apoio total previsto
para fazer face à contrapartida nacional deste projecto financiado pelo
programa PARES.
Também a fiscalização da obra foi da
responsabilidade da autarquia. Primeiro através de uma empresa externa e no meu
mandato com o recurso aos meios técnicos próprios do município.
Também no âmbito do programa PARES, transferimos, na
mesma altura, cerca de 70.000 € para a obra de ampliação do Lar e Centro de Dia
“Cantinho Amigo de Santiago Maior”, nesse caso, mais de um ano após a conclusão
da obra.
A câmara tem neste momento compromissos semelhantes
com outros projectos que venham a ser desenvolvidos no concelho pelas IPSS com
o recurso a fundos comunitários.
Ou seja, a câmara municipal está directamente
envolvida do ponto de vista financeiro no apoio a todos os projectos
financiados.
Fazemo-lo porque sabemos que de outra forma muito
dificilmente esses projectos se concretizariam e porque sabemos as dificuldades
com que as nossas instituições se debatem.
Dificuldades que não são alheias à APIT.
Dificuldades que todos conhecemos e para as quais somos solicitados a acudir
ainda com mais recursos.
Permitam-me
que vos explique porque é que apesar de sermos sensíveis a esses apelos, não
podemos, no momento, fazer mais do que aquilo que já fazemos.
Vivemos um momento de emergência social sem paralelo
na nossa memória colectiva recente. Sou hoje confrontado todos os dias com
situações de carência ao nível das necessidades básicas de algumas pessoas do
concelho que na minha memória só encontram paralelo nas histórias que os meus
avós contavam de tempos muito antigos.
A câmara municipal, apesar das dificuldades próprias
com que se debate, pelo papel que desempenha no nosso território, não podia
ficar alheia a esta realidade e por isso
preparou um conjunto de programas e medidas específicas para aumentar as respostas neste momento
critico.
Foi criado um programa de “vales de compras” para
bens de primeira necessidade, em parceria com o comércio local, que apoia neste
momento 51 famílias com um custo anual próximo dos 15 mil euros.
Foi criado um programa de apoio ao arrendamento que
neste momento chega a 15 famílias com um custo anual próximo dos 10 mil euros.
Apoiamos 863 idosos do concelho em 50% das suas
despesas com medicação, num esforço que representa cerca de 100 mil euros
anuais.
Criámos um programa de melhoria habitacionais que já deu apoio a 4 munícipes
desfavorecidos no valor de 10500 euros e que tem neste momento 10 novos
processos em análise.
E ainda ajudamos directamente e neste momento mais
de 60 famílias com a integração de membros desses agregados familiares através
dos programas ocupacionais do subsídio de desemprego e do rendimento social de
inserção.
Participamos nas despesas de manutenção da “oficina
móvel” e da “eco-loja” criadas no âmbito dos CLDSs e que estão a ajudar muitos
munícipes.
Reforçámos
os apoios à natalidade, criámos apoios à fixação de jovens e famílias no
concelho.
Tudo
isto apenas na área social.
Como é fácil de perceber, não nos podem pedir mais
neste momento porque desempenhamos um importante papel no atenuar dos efeitos
negativos da crise neste concelho no limite das nossas capacidades.
Por outro lado, e no que à sustentabilidade das
nossas instituições diz respeito, não acredito que seja atirando dinheiro para
cima dos problemas que eles se resolvem.
As IPSS enfrentam hoje dificuldades que as obrigam a
rever os seus modelos de funcionamento, sob pena de, não o fazendo, poderem ver
posto em causa o seu futuro.
O tempo das “capelinhas” e do “orgulhosamente sós”
já passou e hoje a união de esforços, a partilha de recursos e a definição de
estratégias conjuntas afigura-se fundamental para ultrapassar as dificuldades.
Há algum tempo que venho desafiando as instituições
do concelho a não apenas estreitarem estes níveis de colaboração mas também a
ousarem trazer para o debate a própria possibilidade da fusão de instituições
de modo a garantir a sustentabilidade e a cobertura de valências e respostas
que o concelho precisa.
Hoje pode parecer uma ideia ousada. Pode levantar
algumas dúvidas. Estou certo que num futuro próximo será uma questão de
sobrevivência.
Naturalmente, para que isso aconteça é necessário
que se ponham de parte os interesses locais, pessoais ou de circunstância e que
o serviço social – o servir o outro para uma sociedade melhor – seja a
prioridade de todos os que escolhem esta área de actuação.
Esta visão não se coaduna com projectos de promoção
pessoal ou politica com as IPSS como palco.
Esta visão não se coaduna com pequenas “guerras”
locais.
Esta visão exige solidariedade, espírito de
sacrifício, entre-ajuda.
Esta visão exige um olhar para o concelho como um
todo profundamente interligado.
Saberemos nós – autarcas, dirigentes associativos e
demais agentes locais –
estar à altura das exigências dos tempos que
vivemos?
A experiência da Rede Social dos últimos 3 anos
diz-me que se deram grandes passos nesse sentido mas é possível e desejável ir
muito mais longe.
As
nossas populações não esperam outra coisa de todos nós.
Muito
obrigado a todos.
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