SOBRE A BANDA
Como é do conhecimento geral, as celebrações do 25 de Abril ficaram este ano marcadas pela ausência da Banda da Escola de Música do Centro Cultural de Alandroal no acompanhamento ao executivo camarário nas cerimónias de hastear da bandeira nas sedes das juntas de freguesia do concelho. A banda esteve presente apenas no hastear da bandeira na sede concelho, deslocando-se em seguida para Bencatel para participar nas festas daquela localidade. O presidente e os vereadores deslocaram-se a todas as sedes de freguesia onde a cerimónia se realizou sem acompanhamento musical. Chegados à sede da junta de Freguesia de Alandroal (Nossa Senhora da Conceição) no encerrar do percurso, como é hábito, encontraram as bandeiras já desfraldadas e a junta encerrada.
O presidente, em conversa com os músicos e elementos da direcção da banda imediatamente após o hastear da bandeira, teve oportunidade de manifestar o seu profundo desagrado com esta atitude que não dignifica a banda perante todos os munícipes deste concelho que em larga medida contribuem para a sua sustentabilidade.
Nunca antes a banda tinha deixado de estar presente nos momentos solenes da vida deste concelho, conferindo-lhes, dessa forma, a dignidade que merecem.
Ao assumir um compromisso fora do concelho para este dia e esta hora, estava a direcção do Centro Cultural de Alandroal plenamente consciente que deste modo não poderia honrar este compromisso que tem para com a Câmara Municipal, mas sobretudo, para com a população do concelho, que suporta com os seus impostos o pagamento dos vencimentos do mestre e dos professores, dos instrumentos e das fardas, das instalações e dos transportes e outros apoios de que a banda tem vindo a beneficiar. A Direcção do Centro Cultural está, com esta postura, a deixar que outros interesses menos claros se sobreponham aos deveres da colectividade.
Este comportamento é revelador do clima de confronto que a Direcção do Centro Cultural decidiu adoptar perante este Executivo.
A Câmara Municipal, na pessoa do seu Presidente, tem feito um grande esforço para celebrar com o Centro Cultural um protocolo de colaboração que permita a continuidade da banda, ao mesmo tempo que garanta que a mesma esteja ao serviço das actividades e festividades do concelho.
É aceitável que uma banda que é suportada quase em exclusivo com dinheiros públicos ainda cobre às comissões de festas 3500 euros para actuar em Terena na Festa da Boa Nova? Ou 1200 euros para actuar na Aldeia da Venda na Festa da Santa Cruz? Quando outras bandas de fora do concelho apresentam orçamentos bastante mais baixos? Por que razão sofreram estes orçamentos aumentos significativos após o início de funções deste executivo ao ponto de no ano passado a banda não ter estado em praticamente nenhuma das festividades do concelho? Pode esta Câmara Municipal financiar por um lado toda a actividade de uma banda e escola de música e por outro ver-se obrigada a subsidiar as colectividades para poderem pagar as actuações dessa mesma banda de música? Onde acaba a dedicação à causa do associativismo, da educação pela música e do espírito de participação cívica e começa o negócio?
Depois de vários meses de negociações de um protocolo, de avanços e recuos e outros episódios menos dignificantes que um dia serão conhecidos em toda a sua extensão, parece ter-se chegado a um impasse.
Saliente-se que tal protocolo nunca existiu antes, sendo a banda apoiada pontualmente quando havia necessidade através de subsídios e não tendo, como tal, qualquer compromisso assumido com a Autarquia. Ora, esta situação é, no quadro legal actual, absolutamente insustentável. Para que a Câmara possa apoiar a banda o Centro Cultural deve reunir alguns requisitos legais e ao mesmo tempo assumir o compromisso de que os dinheiros públicos que lhe são entregues são de algum modo replicados e devolvidos à comunidade.
Na curta troca de impressões do dia 25 de Abril, o Presidente da Câmara Municipal disponibilizou-se para mais uma vez reunir com a direcção para tentar ultrapassar esse impasse e fechar um acordo.
Por fim, é importante clarificar também tudo o que tem sido dito em relação à situação do mestre. O mestre é desde há vários meses sabedor do imperativo legal a que a Câmara está sujeita de fazer cessar o seu e outros contratos (cinco) que se encontram em igual circunstância. Também desde essa altura está informado que antes de esse contrato terminar seria convidado a assinar um novo contrato. Que fique claro que nunca esta câmara teve intenção de dispensar os serviços do actual mestre da banda. Qualquer outro aproveitamento desta questão só pode ter como objectivo contribuir para a desinformação e manipular os sentimentos das pessoas, em especial dos músicos, que sendo na sua maioria muito jovens, são também mais influenciáveis.
Por fim, para os que querem ver na postura que a Câmara tem adoptado em relação a esta questão sinais de atitudes persecutórias ou de ingerência na vida de uma colectividade, que fique claro que não são tais acusações que nos vão desviar do caminho da justiça, da verdade e do rigor na aplicação dos dinheiros públicos em prol do desenvolvimento social e cultural deste concelho.
A Câmara Municipal de Alandroal pede a todos os munícipes, em especial a todos aqueles que estão, estiveram, ou pensam vir a estar ligados à banda e que se interessam por este assunto que se informem o melhor possível de tudo o que aconteceu e está a acontecer, sendo certo que o clima de boato e contra-informação instalado só beneficia quem de facto está interessado em destruir. A Autarquia e o seu executivo estão, como é seu apanágio e obrigação, na posição diametralmente oposta.
Fonte: Gabinete de Imprensa do Município de Alandroal
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