As medidas de austeridade associadas ao resgate UE./FMI vão ter reflexos no dia-a-dia dos portugueses. No Alandroal, a Câmara prepara um plano de acção social direccionado às famílias em situação de pobreza ou carência financeira. «O actual cenário de crise aumentará seguramente a pressão sobre a autarquia para dar as respostas que vão faltar do lado do poder central e o total alcance das necessidades é ainda difícil de prever», diz João Grilo, presidente da autarquia.
Num concelho com cerca de 6.500 habitantes (quase 30 por cento da população tem mais de 65 anos), as apostas locais em termos de educação e acção social são determinantes para combater as tendências de despovoamento dos últimos anos. Acresce que neste concelho, os dados mais recentes apontam para meia centena de beneficiários do Rendimento Social de Inserção e para 170 inscritos no subsídio de desemprego.
Num momento de crise, assinala o autarca, a Câmara, por sua vez, lida todos os dias, o melhor que pode, com uma «situação financeira no limite de sustentabilidade enquanto procura recuperar dos excessos do passado». «Mesmo que não existisse uma crise nacional, o Alandroal já teria pela frente pelo menos 12 anos de grandes dificuldades em virtude do passivo de cerca de 30 milhões de euros acumulado nos últimos 8 anos e do consequente Plano de Saneamento Financeiro (leia-se empréstimo) em que está envolvido. Convém lembrar que entre o que foi gasto e o que ficou em dívida, foram comprometidos mais de 90 milhões de euros em dois mandatos. Não deviam estes 90 milhões de euros – 18 milhões de “contos” – ter outra visibilidade? Ter projectado o Alandroal para outro patamar? Ter preparado o concelho para enfrentar a crise com outras possibilidades? Para onde foram e em que se transformaram? Vamos ter muito tempo para procurar, entre todos, respostas para estas questões. Nisto como em muitas outras coisas, “o Alandroal é Portugal”, como disse Miguel Sousa Tavares, mas tal não nos serve de consolo», refere João Grilo.
Proximidade
No limite e, apesar das dificuldades, a Câmara assegura que tem desenvolvido desde o início do mandato um trabalho de «resposta atempada de proximidade e de compromisso» com o que a população espera da Autarquia - «Procuramos não defraudar as expectativas dos fornecedores locais. Assim como estamos atentos aos nossos compromissos na educação, na acção social (cartão social do idoso) e noutras respostas. Tudo isto sem descurarmos a construção de um projecto de futuro para o concelho com os pés bem assentes na terra, através de um significativo conjunto de medidas de apoio aos empresários e à economia local».
Segundo Grilo, a autarquia prepara ainda «novas medidas para aumentar a capacidade de resposta social em tempo de crise». E explica: «Temos em fase de discussão pública um Regulamento de Intervenção Social no Município de Alandroal que pretende constituir-se como um plano de acção social direccionado às famílias em situação de pobreza ou carência financeira motivadas por situações de desemprego de um ou dois elementos do agregado familiar. Paralelamente, estamos a preparar um protocolo com o Centro Social e Paroquial de Alandroal para um reforço da valência “família e comunidade” que apoia directamente os mais necessitados. Vamos formalizar um protocolo de colaboração com os Bombeiros Voluntários de Alandroal para garantir que estes vão ter condições para estar próximo das pessoas quando são necessários».
A finalizar, o autarca adianta a criação de um Conselho Consultivo Municipal, constituído por membros da sociedade civil do concelho, para «enriquecer o debate e ampliar a reflexão sobre o rumo a traçar».
Quarta, 13 de Abril de 2011 - 11:18
Fonte: Notícias Alentejo
3 comentários:
Ó camarada Grilo... Mais dinheiro para o centro social??? Já chega... Olha que o cantinho amigo também precisa.
Abraço
Boas a todos, bem haja a quem se esforça em ajudar os que vão ficando esquecidos nesta sociedade mais que podre. Todas as medidas para melhorar são poucas, num momento em que sabemos que que tudo vai piorar antes de melhorar. Mas melhorará depois de piorar? Confio que sim! Basta que nos ajudemos mutuamente.
Assisti á reunião de Câmara onde foi discutido o caso vertente.
Foi um debate vivo e concordante. Conheci a senhora vereadora do PS, que ao ver-me se surpreendeu. Recordei a Rua que em abaixo-asinado, logo em 1976 se movimentou em defesa do nosso Patimónio Histórico e como instituição, em 2002 assinou um contrato de comodato com a Autarquia, ainda em incumprimento.
No momento da votação, foi a minha vez de ficar surprendido, com a abstenção, da vereadora reprentante do PS. Quem se abstém, alhea-se. Será que a força politica do PS, pretende passar ao lado da conservação desta potência concelhia? Provas disso já deu.
Por mim faço votos que esta obra seja o princípio do longo caminhar nesta matéria.
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