Como fazer oposição séria no Alandroal?
Esta é uma questão sobre a qual temos reflectido muito, tanto mais que não estando o movimento representado, enquanto oposição, nos órgãos autárquicos, a questão assume outros contornos.
Esta é uma questão sobre a qual temos reflectido muito, tanto mais que não estando o movimento representado, enquanto oposição, nos órgãos autárquicos, a questão assume outros contornos.
Por que meios nos podemos fazer ouvir? Os fóruns de debate não existem. Não temos rádio, jornal ou qualquer outro meio de comunicação com independência suficiente para passar de forma imparcial a mensagem de cada um.
Os blogs, aos quais reconheço enormes virtudes na “democratização” da informação, pecam pela permissão do anonimato, ao abrigo do qual se lançam todas as calúnias e difamações possíveis e onde é muito difícil para o leitor comum estabelecer uma fronteira entre o que é informação (muito pouca) e contra-informação ou desinformação. O anonimato pode abrigar opiniões, não pode servir para lançar boatos ou distribuir ofensas. É essa a política de publicação de comentários que seguimos no blog do movimento.
A informação “oficial” é, predominantemente, o reflexo daquilo que o poder quer passar cá para fora. E a informação do município, está viciada para endeusar a figura do presidente. Preparem-se para um mega-boletim municipal pré-eleitoral com tudo o que nós sabemos que o senhor não andou a fazer nestes anos, tudo devidamente documentado. Alguém se lembra de quando saiu o último boletim municipal? Eu digo, Dezembro de 2006.
Numa altura em que se fala de responsabilização da classe política e em que se associam falhas graves de democracia à reforma judicial por concretizar, assumem pertinência as seguintes questões: quais deverão ser os direitos e deveres de informação da classe politica? Essa responsabilização é ou não extensível à oposição?
Entendo a responsabilização como sendo transversal, logo extensível à oposição. Em 34 anos de democracia fomo-nos habituando a expressar a nossa opinião. A concordar ou discordar daquilo que nos rodeia, a explicar o porquê desta ou da outra posição e, em última análise, a decidir a forma como estamos disponíveis para participar nas decisões que afectam o dia-a-dia de cada um de nós. A participação na política activa é um caminho, através ou não de um partido político, mas é antes de mais um desafio exigente.
Uma oposição séria e consistente baseia as suas intervenções em dados estatísticos, em estudos sectoriais e, com certeza, em factos e actos concretos de quem exerce o poder legitimamente empossado pelo povo. A oposição assume convicções e faz propostas. Concorda ou discorda. Explicita as suas linhas de acção, em contraponto com as actuações e estratégias seguidas. A oposição não é melhor, pior ou igual ao poder instalado. É, necessariamente, diferente.
Estaremos, nesses momentos, a “dizer mal” de alguém? Não. A destilar raiva (inveja!) contra uma pessoa com quem não temos divergências pessoais, mas sim políticas? Não. A promover uma “campanha negra” contra a imagem de um autarca dedicado? Não. Estamos a questionar as suas opções políticas, os caminhos de actuação pelos quais deve responder, enquanto autarca, perante todos os seus munícipes.
Impõe-se um rigor à oposição que é permissivamente esquecido para quem dirige. Aos primeiros acusasse, constante e deliberadamente, de “calúnias” e maledicências. Aos segundos permitem-se formas de vitimização abusivas, ausências de respostas ou justificações e, mais grave ainda, fugas à clareza e transparência dos factos.
Quem assume uma participação activa na vida pública tem que estar preparado para o escrutínio constante das suas acções por parte daqueles que representa. Vamos deixar de nos refugiar atrás de “cabalas” e vitimizações e responder todos por aquilo que somos e fazemos. Os alandroalenses merecem este nosso compromisso!
Não podemos permitir que as opções sejam rapidamente transformadas em “erros desculpáveis” à luz da “imperfeição humana”. Que a oportunidade e a confiança dada pelo povo a quem governa seja confundida com legitimação para tudo fazer. A democracia só pode ser compatível com rigor, clareza e dedicação de quem desempenha cargos políticos.
Mas também queremos e merecemos uma oposição informada. Inteligência na forma como informa mas, essencialmente, capacidade para identificar as falhas e encontrar e propor soluções. Que esteja próxima das populações. Que dê a cara. Que saiba merecer o reconhecimento e respeito dos seus adversários.
Pela minha parte, manifesto aqui total disponibilidade para o debate directo e frontal com os nossos adversários, no número de vezes e nas formas que melhor possam contribuir para o esclarecimento dos eleitores, sempre que salvaguardada a igualdade de circunstâncias.
E vamos todos mostrar aos nossos munícipes que somos capazes da elevação necessária para conviver em democracia. A responsabilização do poder político, em que se inclui a oposição, passa por…saber perder! Quanto mais não seja, porque em democracia, o governo de hoje é a oposição de amanhã, e vice-versa. E há por aí muito quem se esqueça disso quando o povo lhe entrega, temporariamente, o poder.
Os blogs, aos quais reconheço enormes virtudes na “democratização” da informação, pecam pela permissão do anonimato, ao abrigo do qual se lançam todas as calúnias e difamações possíveis e onde é muito difícil para o leitor comum estabelecer uma fronteira entre o que é informação (muito pouca) e contra-informação ou desinformação. O anonimato pode abrigar opiniões, não pode servir para lançar boatos ou distribuir ofensas. É essa a política de publicação de comentários que seguimos no blog do movimento.
A informação “oficial” é, predominantemente, o reflexo daquilo que o poder quer passar cá para fora. E a informação do município, está viciada para endeusar a figura do presidente. Preparem-se para um mega-boletim municipal pré-eleitoral com tudo o que nós sabemos que o senhor não andou a fazer nestes anos, tudo devidamente documentado. Alguém se lembra de quando saiu o último boletim municipal? Eu digo, Dezembro de 2006.
Numa altura em que se fala de responsabilização da classe política e em que se associam falhas graves de democracia à reforma judicial por concretizar, assumem pertinência as seguintes questões: quais deverão ser os direitos e deveres de informação da classe politica? Essa responsabilização é ou não extensível à oposição?
Entendo a responsabilização como sendo transversal, logo extensível à oposição. Em 34 anos de democracia fomo-nos habituando a expressar a nossa opinião. A concordar ou discordar daquilo que nos rodeia, a explicar o porquê desta ou da outra posição e, em última análise, a decidir a forma como estamos disponíveis para participar nas decisões que afectam o dia-a-dia de cada um de nós. A participação na política activa é um caminho, através ou não de um partido político, mas é antes de mais um desafio exigente.
Uma oposição séria e consistente baseia as suas intervenções em dados estatísticos, em estudos sectoriais e, com certeza, em factos e actos concretos de quem exerce o poder legitimamente empossado pelo povo. A oposição assume convicções e faz propostas. Concorda ou discorda. Explicita as suas linhas de acção, em contraponto com as actuações e estratégias seguidas. A oposição não é melhor, pior ou igual ao poder instalado. É, necessariamente, diferente.
Estaremos, nesses momentos, a “dizer mal” de alguém? Não. A destilar raiva (inveja!) contra uma pessoa com quem não temos divergências pessoais, mas sim políticas? Não. A promover uma “campanha negra” contra a imagem de um autarca dedicado? Não. Estamos a questionar as suas opções políticas, os caminhos de actuação pelos quais deve responder, enquanto autarca, perante todos os seus munícipes.
Impõe-se um rigor à oposição que é permissivamente esquecido para quem dirige. Aos primeiros acusasse, constante e deliberadamente, de “calúnias” e maledicências. Aos segundos permitem-se formas de vitimização abusivas, ausências de respostas ou justificações e, mais grave ainda, fugas à clareza e transparência dos factos.
Quem assume uma participação activa na vida pública tem que estar preparado para o escrutínio constante das suas acções por parte daqueles que representa. Vamos deixar de nos refugiar atrás de “cabalas” e vitimizações e responder todos por aquilo que somos e fazemos. Os alandroalenses merecem este nosso compromisso!
Não podemos permitir que as opções sejam rapidamente transformadas em “erros desculpáveis” à luz da “imperfeição humana”. Que a oportunidade e a confiança dada pelo povo a quem governa seja confundida com legitimação para tudo fazer. A democracia só pode ser compatível com rigor, clareza e dedicação de quem desempenha cargos políticos.
Mas também queremos e merecemos uma oposição informada. Inteligência na forma como informa mas, essencialmente, capacidade para identificar as falhas e encontrar e propor soluções. Que esteja próxima das populações. Que dê a cara. Que saiba merecer o reconhecimento e respeito dos seus adversários.
Pela minha parte, manifesto aqui total disponibilidade para o debate directo e frontal com os nossos adversários, no número de vezes e nas formas que melhor possam contribuir para o esclarecimento dos eleitores, sempre que salvaguardada a igualdade de circunstâncias.
E vamos todos mostrar aos nossos munícipes que somos capazes da elevação necessária para conviver em democracia. A responsabilização do poder político, em que se inclui a oposição, passa por…saber perder! Quanto mais não seja, porque em democracia, o governo de hoje é a oposição de amanhã, e vice-versa. E há por aí muito quem se esqueça disso quando o povo lhe entrega, temporariamente, o poder.
João Grilo
2 comentários:
Sr. Grilo, parece que estamos em sintonia. Tinha acabado de escrever um comentário no blogue que diz assim: "há duas coisas que podemos dar como certas... uma finita, o Poder... outra infinita, a Estupidez; porque o Poder entregue pelo povo pode MUDAr nas urnas de voto... e porque é uma Estupidez vir para os blogues escrever coisas que não fazem sentido, nem tão pouco esclarecem ninguém. Por estas duas ordens de razões subscrevo inteiramente o seu texto "Fazer Oposição".
Carlos Galhardas
Olá a todos
Há pouco tempo decidi usar a expressão “bem ajam”. Não por ter alguma coisa contra o “h” (embora algumas vezes teime em deixá-lo pelo caminho...) nem sequer contra a outra expressão que usualmente se utiliza com a dita consoante.
Decidi usar esta propositadamente
porque “bem ajam” pode ter vários sinónimos: bem realizem, bem pratiquem, bem executem, bem operem, bem cumpram, entre tantas, tantas outras que não vale a pena enumerar porque não passam disso mesmo: sinónimos.
No contexto actual em que o país e o mundo se encontram, numa altura em que se houve falar de mudanças e reformas a todos os níveis, e não pretendendo avaliar, questionar ou sequer discutir o teor das ditas cujas, torna-se imperativo substituir, nem que seja por uns breves segundos nem que seja bem lá no fundo das nossas mentes, onde algures armazenamos o nosso pensamento critico e a nossa voz da razão, a expressão “bem hajam” pela “bem ajam”.
Bem ajam porque é urgente e crucial agir.
Bem ajam porque é necessário fazer cumprir BEM.
Bem ajam porque é impreterível praticar o exercício dos nossos direitos com respeito pelas minorias e pelas diferenças.
Bem ajam porque nós merecemos pessoas que bem ajam.
Bem ajam porque estamos cansados dos que apenas prometem agir.
Ana Rita Alves
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