Exma. Sra. Delegada Regional de Educação do
Alentejo, Dra. Maria Reina Martín,
Exmo. Sr. Director Regional do Alentejo do Instituto
Português do Desporto e da Juventude, Dr. João Araújo,
Exmo. Sr. Director do Agrupamento Vertical de
Alandroal, Prof. Tomé Laranjinho,
Exmo. Sr. Presidente do Conselho Geral do
Agrupamento Vertical de Alandroal, Prof. Rui Barradas,
Srs. Vereadores, Srs. Presidentes de Junta e
restantes autarcas,
Senhores professores, encarregados de educação e
alunos desta escola,
Demais convidados,
Minhas senhoras e meus senhores,
Caras amigas, caros amigos,
Muitas vezes me perguntam o que significa para mim o
“25 de Abril”.
Bem, penso que nada me pode ajudar melhor a explicar
isso do que o momento que estamos a viver aqui hoje.
É que sabem, eu estudei nesta escola.
No dia 25 de Abril de 1974 tinha pouco mais de 4
anos e não tenho memórias desse momento. Mas pouco tempo depois entrei para aqui para fazer
da 1ª à 4ª Classe, ali em cima, na sala onde agora está a nova biblioteca.
Nessa altura a escola resumia-se a pouco mais de
duas salas com um quadro preto e um grande recreio. Havia mais meninos do que hoje por aldeia e todos
vínhamos a pé de casa até à escola. Íamos almoçar a casa. Guardo muito boas recordações desse tempo em que a
maior preocupação do dia era
acertar as “contas de dividir” dos trabalhos de casa.
Quando acabei a 4ª Classe continuei a estudar. O enorme sacrifício pessoal dos meus pais e a
politica de generalização do ensino do país democrático em que estava a crescer
permitiram que depois da 4ª Classe viessem o 2º e 3º Ciclos, o Secundário e a
Universidade. E apesar de tudo, como sabem, não foi esta a regra na minha
geração e a maior parte dos meus amigos de infância não chegaram à universidade.
Os meus pais também estudaram nesta escola, 20 e
poucos anos antes. Mas os meus pais não tiveram sequer uma destas
oportunidades. Nessa altura, para a maioria dos estudantes da nossa freguesia,
depois da 4ª Classe vinha o trabalho do campo.
Hoje tenho uma sobrinha com 6 anos a estudar aqui,
no 1º ano. Já fez aqui o pré-escolar (que na minha altura não
existia). E hoje inauguramos para todos os meninos das
freguesias de Santiago Maior e Ferreira de Capelins – incluindo a minha
sobrinha – uma escola que para além das salas de aula (equipadas com quadros
interactivos, etc.), tem uma biblioteca, um pavilhão gimnodesportivo, uma
cantina, um campo de jogos...Todos estes meninos têm manuais escolares oferecidos
pela autarquia, refeições gratuitas, a maioria beneficia de transporte, actividades
de enriquecimento curricular, ensino da música, Leite Escolar, Fruta Escolar, entre
outros apoios.
E este pavilhão gimnodesportivo vai estar também ao
dispor de toda a comunidade local.
Esta é uma escola que todos esperamos dê a todas as
nossas crianças a socialização e a formação inicial necessária para enfrentarem
com sucesso um mundo cada vez mais competitivo, mais imprevisível e mais
global.
Vejo, através das oportunidades de três gerações da
minha família, o quanto este nosso país se desenvolveu no pós-25 de Abril e como
o factor crítico desta mudança foi sem sombra de dúvida a transição para um
regime democrático.
Foi a nossa democracia, cheia de falhas, cheia de
erros e com muito para melhorar, que permitiu este desenvolvimento da nossa
sociedade.
Portanto, o 25 de Abril para mim é isto. É
liberdade, é igualdade, é fraternidade. Com certeza. Mas é também oportunidade.
A oportunidade de ter uma vida melhor que a ditadura roubou a várias gerações
de portugueses. E é reconhecimento e agradecimento profundo aos homens e mulheres que fizeram Abril.
Este Centro Escolar custou um total de 1 milhão e
980 mil euros, sendo que cerca de 830 mil euros correspondem ao Pavilhão
Gimnodesportivo.
Uma parte substancial desse custo foi financiada por
fundos comunitários a 85%, e portanto, a câmara ainda teve que investir aqui
592 mil euros de fundos próprios.
Esta é uma obra, que à semelhança de outras, não foi
fácil de concluir, mas ela aqui está, ao dispor de todos.
A construção do centro escolar teve início ainda no
anterior mandato, em Junho de 2009.
Em Fevereiro de 2009, antes do início da obra, a
câmara recebeu um adiantamento de 128 mil euros para avançar com os trabalhos.
Nem um cêntimo desse dinheiro chegou ao construtor.
Quando iniciámos funções em Novembro desse ano, o centro estava em obra há quase 5 meses
e o construtor continuava sem receber um cêntimo.
O construtor entrou em insolvência e acabou mesmo
por abandonar a obra, em Abril de 2011, data em que entrou uma nova empresa.
Portanto, esta é uma obra concluída e totalmente
paga neste mandato. E o mesmo aconteceu com outras obras como o Complexo
Desportivo do Alandroal ou o Arranjo Urbanístico da Praça da República e Rua
João de Deus. Totalmente pagas neste mandato.
Algumas pessoas ainda tentam fazer passar a ideia de
que o ritmo de execução de obras abrandou neste mandato, mas a realidade e os
números provam o contrário.
Em 2012, executámos quase 1 milhão e 300 mil euros
de fundos comunitários em obras no concelho. Em 2011, foram 850 mil. E em 2010,
650 mil.
Portanto, quase 3 milhões de euros de fundos
comunitários executados em 3 anos.
Mas se recuarmos ao mandato anterior, verificamos
que esses valores caem para 300 mil euros em 2009 e 600 mil euros em 2008.
Ou seja, só em 2012, em plena crise económica e com
graves dificuldades financeiras, este câmara conseguiu, com muito esforço,
executar 4 vezes mais fundos comunitários que em 2009, e mais do que em 2008 e
2009 juntos.
E é esse esforço que nos permite ver novas
candidaturas aprovadas, como é o caso recente do Caminho Municipal 1109, entre
Rosário e Ferreira. Para muito em breve, aguardamos a aprovação da
candidatura de Remodelação das Infraestruturas de Águas e Esgotos de Pias,
Casas Novas e Venda. A obra que esta freguesia precisa com mais urgência.
E é esse esforço que nos permite ter em obra a nova
Creche de Santiago Maior, aqui ao lado, a Requalificação do Interior do Castelo, no Alandroal (praticamente concluída) e dezenas de pequenas obras em todo o concelho.
E é ainda esse esforço que nos permite olhar para o
futuro com a confiança de que vamos conseguir, entre outras coisas, concluir a
rede escolar do concelho com duas obras fundamentais: O Pólo Escolar de Terena
e o Pavilhão Gimnodesportivo do Alandroal.
O Pólo Escolar de Terena – que estava para encerrar
– está adjudicado e com contrato assinado e as obras vão ter início durante o
mês de Maio.
E o Pavilhão Gimnodesportivo do Alandroal tem já um
novo projecto em desenvolvimento para que seja candidatado a fundos
comunitários pela autarquia.
Permitam-me um agradecimento especial ao empenho que
quer a Dra. Maria Reina, quer o Dr. João Araújo, ainda ambos ao serviço da Direcção Regional de Educação do Alentejo colocaram nestes dois processos, assim como em tudo o que diz respeito ao Alandroal em matéria de Educação.
Por tudo isto, termino com um agradecimento a todos
os que de alguma forma contribuíram para a concretização deste momento.
Mas permitam-me que o dedique a todas as crianças
que aqui dão os primeiros passos do que desejamos que seja um longo percurso
escolar, e aos pais e avós destas crianças que não tiveram essa oportunidade.
Muito obrigado a todos.